segunda-feira, 14 de julho de 2008


As Vezes construímos sonhos em cima degrandes pessoas...

O tempo passa... e descobrimos que grandes mesmo eram os sonhos e as pessoas pequenas demais para torná-los reais!

domingo, 13 de julho de 2008

MSN- ARNALDO JABOR







Sempre odiei o que a maioria das pessoas fazem com os seus MSN's.
Não estou falando desta vez dos emoticons insuportáveis que transformaram a leitura em um jogo de decodificação, mas as declarações de amor, saudades, empolgação traduzidas através do nick.

O espaço 'nome' foi criado pela Microsoft para que você digite O NOME que lhe foi dado no batismo. Assim seus amigos aparecem de forma ordenada e você não tem que ficar clicando em cima dos mesmos pra descobrir que 'Vendo Abadá do Chiclete e Ivete' é na verdade Tiago Carvalho, ou 'Ainda te amo Pedro Henrique' é o MSN de Marcela Cordeiro. Mas a melhor parte da brincadeira é que normalmente o nick diz muito sobre o estado de espírito e perfil da pessoa. Portanto, toda vez que você encontrar um nick desses por aí, pare para analisar que você já saberá tudo sobre a pessoa...

'A-M-I-G-A-S o fim de semana foi perfeito!!!' acabou de entrar. Essa com certeza, assim como as amigas piriguetes (perigosas), terminou o namoro e está encalhadona. Uma semana antes estava com o nick 'O fim de semana promete'. Quer mostrar pro ex e pros peguetes (perigosos) que tem vida própria, mas a única coisa que fez no fim de semana foi encher o rabo de Balalaika, Baikal e Velho Barreiro e beijar umas bocas repetidas.
O pior é que você conhece o casal e está no meio desse 'tiroteio', já que o ex dela é também conhecido seu, entra com o nick 'Hoje tem mais balada!', tentando impressionar seus amigos e amigas e as novas presas de sua mira, de que sua vida está mais do que movimentada, além de tentar fazer raiva na ex.
'Polly em NY' acabou de entrar. Essa com certeza quer que todos saibam que ela está em uma viagem bacana. Tanto que em breve colocará uma foto da 5ª Avenida no Orkut com a legenda 'Eu em Nova York'. Por que ninguém bota no Orkut foto de uma viagem feita a Praia-Grande - SP ?

'Quando Deus te desenhou ele tava namorando' acabou de entrar. Essa pessoa provavelmente não tem nenhuma criatividade, gosto musical e interesse por cultura. Só ouve o que está na moda e mais tocada nas paradas de sucesso. Normalmente coloca trechos como 'Diga que valeuuu' ou 'O Asa Arreia' na época do carnaval.

Por que a vida faz isso comigo?' acabou de entrar. Quando essa pessoa entrar bloqueie imediatamente. Está depressiva porque tomou um pé na bunda e irá te chamar pra ficar falando sobre o ex.

' Maria Paula ocupada prá c** ' acabou de entrar. Se está ocupada prá c**, por que entrou cara-pálida? Sempre que vir uma pessoa dessas entrar, puxe papo só pra resenhar; ela não vai resistir à janelinha azul piscando na telinha e vai mandar o trabalho pro espaço. Com certeza.

'Paulão, quero você acima de tudo' acabou de entrar. Se ama compre um apartamento e vá morar com ele. Uma dica: Mulher adora disputar com as amigas. Quanto mais você mostrar que o tal do Paulão é tudo de bom, maiores são as chances de você ter o olho furado pelas sua amigas piriguetes (perigosas).

'Marizinha no banho' acabou de entrar. Essa não consegue mais desgrudar do MSN. Até quando vai beber água troca seu nick para 'Marizinha bebendo água'. Ganhou do pai um laptop pra usar enquanto estiver no banheiro, mas nunca tem coragem de colocar o nick 'Marizinha matriculando o moleque na natação'.

' < . ººº< . ººº< / @ e $ $ ! - @ >ªªª . >ªªª >' acabou de entrar. Essa aí acha que seu nome é o Código da Vinci pronto a ser decodificado. Cuidado ao conversar: ela pode dizer 'q vc eh mtu déixxx, q gosta di vc mtuXXX, ti mandá um bjuXX'.

'Galinha que persegue pato morre afogada' acabou de entrar. Essa ai tomou um zig e está doida pra dar uma coça na piriguete que tá dando em cima do seu ex. Quando está de bem com a vida, costuma usar outros nicks-provérbios de Dalai Lama, Lair de Souza e cia.

'VENDO ingressos para a Chopada, Camarote Vivo Festival de Verão, ABADÁ DO EVA, Bonfim Light, bate-volta da vaquejada de Serrinha e LP' acabou de entrar. Essa pessoa está desesperada pra ganhar um dinheiro extra e acha que a janelinha de 200 x 115 pixels que sobe no meu computador é espaço publicitário.

'Me pegue pelos cabelos, sinta meu cheiro, me jogue pelo ar, me leve pro seu banheiro...' acabou de entrar. Sempre usa um provérbio, trecho de música ou nick sedutores. Adora usar trechos de funk ou pagode com duplo sentido. Está há 6 meses sem dar um tapa na macaca e está doida prá arrumar alguém pra fazer o servicinho.

'Danny Bananinha' acabou de entrar. Quer de qualquer jeito emplacar um apelido para si própria, mas todos insistem em lhe chamar de Melecão, sua alcunha de escola. Adora se comparar a celebridades gostosas, botar fotos tiradas por si mesma no espelho com os peitos saindo da blusa rosa. Quer ser famosa. Mas não chegará nem a figurante do Linha Direta.

Bom é isso, se quiserem escrever alguma mensagem, declaração ou qualquer coisa do tipo, tem o campo certo em opções 'digitem uma mensagem pessoal para que seus contatos a vejam' ou melhor, fica bem embaixo do campo do nome!! Vamos facilitar!!!!

Arnaldo Jabor

quarta-feira, 11 de junho de 2008

UM ARTIGO IMPRECIONANTE.....


Por que não existem pingüins no hemisfério norte?
Por Fernando Fernandez


06.05.2008

O que os olhos não lêem, o coração não sente.Provérbio popular (versão)Você já pensou por que não existem pingüins no hemisfério norte? Todos nós aprendemos que pingüins são encontrados apenas no hemisfério sul, na Antártida e adjacências. Implicitamente, isso nos é passado como sendo um fato da natureza - como se sempre tivesse sido assim. Mas não é o caso. A resposta para a nossa questão é muito mais interessante que isso, e ao mesmo tempo desconcertante e perturbadora. Não existem pingüins no hemisfério norte porque o homem os extinguiu em 1844. A ave que foi originalmente chamada de pingüim é hoje conhecida – menos do que deveria ser - pelo nome de grande alca (“great auk”). Seu nome científico – Pinguinus impennis - foi baseado em seu primeiro nome vulgar. Os pingüins do hemisfério sul, aves pertencentes a outra família e descobertos depois, receberam o seu nome exatamente por que se assemelhavam às grandes alcas. As alcas eram aves de grande porte, que viviam no Atlântico norte, em volta do círculo polar ártico, e que eram caçadas em imensa quantidade entre os séculos XVI e XIX – enchiam os porões dos navios para servir de alimento, e também eram usadas como isca para a pesca de bacalhau e lagostas. Sob essa imensa pressão, as alcas declinaram inexoravelmente até uma situação desesperadora. Então, no dia 3 de junho de 1844, um grupo de marinheiros avistou o último casal de grandes alcas, denunciados por sua grande estatura em meio às aves marinhas menores, na pequena ilha de Eldey, ao largo da Islândia. Os marinheiros correram para as grandes alcas com porretes. As alcas tentaram desesperadamente alcançar a segurança da água, mas uma foi encurralada contra as rochas, e outra alcançada já à beira d’água. Ambas foram mortas a porretadas. Em seu ninho havia um ovo, que se acredita ter sido esmagado sob a bota de um marinheiro. É por isso que não existem (mais) pingüins no hemisfério norte. Não, não é um fato da natureza, infelizmente. Nós fizemos isso ser assim. As grandes alcas não estão sozinhas, longe disso. Há uma imensa coleção de espécies de animais que nós extinguimos nos últimos séculos. Na maior parte dos casos são extinções muito bem documentadas e conhecidas pela ciência, de espécies que todos nós deixamos de conhecer por muito pouco. Muitas delas eram animais maravilhosos, espetaculares, que fariam o mundo vivo parecer muito mais rico e maravilhoso do que já é. Eu estou exagerando? Bom, que tal um peixe-boi de oito metros? Havia, sim, um peixe-boi de oito metros. Um animal dócil, inteligente, com uma elaborada vida social. Nós acabamos com ele em 1768. A vaca marinha de Steller, Hydromadalis gigas, que podia alcançar umas dez toneladas, era o maior mamífero vivente nesse planeta em tempos históricos, fora as grandes baleias. A vaca marinha de Steller habitava as águas costeiras das desabitadas ilhas Commander, no extremo leste da Sibéria, onde foi descoberta pelo naturalista russo Georg Steller em 1741. Eram pacíficas comedoras de algas marinhas que raspavam das rochas. Steller escreveu que havia fortes laços sociais entre elas, incluindo uma espantosa solidariedade. Quando uma era arpoada, as outras tentavam impedir que ela fosse arrastada para a margem, fazendo um círculo à volta dela; várias colocavam a si mesmas nas cordas ou tentavam tirar o arpão do corpo daquela que havia sido ferida. Steller também observou que um macho voltou dois dias seguidos para junto de sua fêmea morta na costa. Nada disso impressionou muito os pescadores russos, que após a descoberta da vaca marinha fizeram uma verdadeira corrida para caçar aquele animal tão rico em carne e óleo, e com uma pele valiosa. Em 1768 – apenas vinte e sete anos depois de ter sido descoberta! – a vaca marinha de Steller já estava extinta. E que tal a ave mais abundante do Mundo? No século XIX, o naturalista John Audubon, um dos fundadores da ornitologia, ficou chocado com a abundância da pomba migratória, Ectopistes migratorius, na América do Norte. Os bandos eram tão numerosos que há relatos confiáveis de que obscureciam a luz do sol ao passar; dizia-se que passavam por vários dias seguidos. Colônias de nidificação chegavam a 160 Km de comprimento. Audubon estimou que devia haver entre cinco e dez bilhões de pombas migratórias na América do Norte – o que as fazia, de longe, as aves mais abundantes do planeta. Mas aquele século, o da desenfreada expansão americana rumo ao oeste, foi também o do colossal massacre da pomba migratória. Elas foram caçadas aos milhões, para comida e por simples esporte. Caçar pombas migratórias e coletar seus ovos era um esporte de fim de semana para a família inteira, muito popular entre os americanos do século XIX. Havia matanças mais sérias: em uma competição de caça da época, o troféu seria do virtuoso caçador que primeiro matasse trinta mil pombas migratórias. Você leu certo, trinta mil, só pelo vencedor. Com esse tipo de pressão, as populações da pomba migratória começaram a diminuir, e houve quem dissesse que era preciso limitar a caça, ou a espécie acabaria desaparecendo. Foram chamados de alarmistas, riu-se deles. Houve também quem dissesse da pomba migratória que era óbvio que havia tanto que nunca iria acabar – mais ou menos como alguns hoje dizem da Amazônia. Mas as populações continuaram diminuindo, e o inacreditável aconteceu. Em 1900, a pomba migratória se extinguiu na natureza.
No dia 1º de setembro de 1914, Martha, a última pomba migratória, morreu no Zoológico de Cincinnati. Estava extinta a espécie de ave mais abundante do planeta no século XIX. E por que não um lobo marsupial? Quando falamos em marsupiais, a maioria das pessoas imediatamente pensa em cangurus, ou quem sabe nos gambás tão comuns em nosso país. Mas até há poucas décadas havia um lobo marsupial, ou tilacino, um dos mais espantosos seres que já se viu. Poucos reparam no significado de um nome científico, mas raramente um nome científico é tão revelador quanto Thylacinus cynocephalus. “Thyla” quer dizer bolsa, “cinus” ou cynos” quer dizer cachorro, e “cephalus” quer dizer cabeça. Thylacinus cynocephalus, portanto, quer dizer “cachorro com bolsa com cabeça de cachorro”. Perdoe o pleonasmo do cientista que batizou o bicho, meu caro leitor.
Experimente procurar por “thylacine” no Google Images. O tilacino é tão parecido com um cachorro que qualquer leigo poderia facilmente confundi-los. A semelhança da cabeça é de fato tão extraordinária que apenas os dentes, uns dentes triangulares característicos de marsupiais, denunciam que se trata de um parente dos cangurus. Os quartos traseiros caídos e a cauda afinando gradualmente, como a de um canguru, também traem sua ancestralidade marsupial. Mas não se trata simplesmente de um canguru com crise de identidade, que acha que é cachorro. Isso é o mais interessante de tudo: o tilacino é um espetacular exemplo do fenômeno que os biólogos chamam de convergência evolutiva, ou seja, animais de linhagens muito diferentes – no caso, os mamíferos placentários (como nós) e os marsupiais – evoluindo formas similares em lugares diferentes, como adaptação a papéis ecológicos similares. O tilacino, comum na Austrália inteira até uns poucos milhares de anos atrás, sobreviveu na grande ilha da Tasmânia, ao sul do continente australiano, até bem dentro do século XX.

Porém, foi impiedosamente perseguido pelos colonizadores australianos, em represália à predação sobre suas ovelhas. A extinção do tilacino na natureza não teve nada de acidental, ao contrário, foi meticulosamente planejada, e levada a cabo como política oficial do governo da Tasmânia.
Com o fim de erradicar a “praga”, recompensas foram pagas para cada pele de tilacino entregue. À medida que os animais começavam a escassear, o valor da recompensa foi aumentado cada vez mais. Em 1936, o governo da Tasmânia enfim mudou de política e decretou uma lei protegendo a espécie. Tarde demais. Naquele mesmo ano, o último tilacino conhecido, uma fêmea, morreu no zoológico de Hobart, capital da Tasmânia.
Por negligência de seus tratadores, o animal foi deixado na parte exposta de sua gaiola, sem acesso a seu ninho protegido, e morreu de hipotermia numa noite fria de setembro. Há alguns registros não confirmados de tilacinos vistos na natureza nos anos seguintes; um dos mais confiáveis é o de uma fêmea que teria sido morta por um fazendeiro com seus cachorros por volta de 1940. Dentro da bolsa da fêmea havia três filhotes. Não houve mais registros depois disso. Deixei para o fim o meu favorito, se é que pode haver um favorito numa lista dessas: o menor, o mais sutil, mas nem por isso o menos espetacular.
Um animal tão fantástico que parece ter saído da mais imaginativa ficção, e que você e eu fomos privados de conhecer por poucas décadas. Morcegos voam, todos eles, certo? Claro. Sempre foi assim? Não.
Em algumas ilhas do Pacífico, onde eram ausentes tanto grandes predadores como também roedores nativos, evoluíram várias espécies de morcegos terrestres. Eram animais bizarros, que eram capazes de voar só uns poucos metros, mas que se moviam agilmente pelo chão da floresta nas patas de trás e nos cotocos das asas, exercendo o papel ecológico dos roedores.
Eram tão bem adaptados à vida terrestre que alguns tinham bolsas ao lado do corpo onde recolhiam as asas. À medida que a colonização das ilhas do Pacífico avançava, animais introduzidos pelo homem, como ratos e gatos, foram extinguindo os morcegos terrestres em ilha após ilha.
As ilhas Salomão e Big South Cape, que permaneceram livres de ratos domésticos até muito recentemente, foram seu último refúgio. Mas mesmo ali, os ratos chegaram em 1962 ou 1963, e em 1965 Mystacina robusta, a última espécie de morcegos terrestres, deixou de existir. É possível que ainda houvesse Mystacina quando você nasceu, ou pelo menos quando seus pais nasceram. Mas seus filhos não poderão mais vê-lo. Hora de desfazer uma ilusão bastante arraigada. Fala-se muito em espécies em extinção, mas muita gente acha que o homem extinguiu até agora relativamente poucas espécies, e que portanto nossa capacidade de extinguir espécies possa estar superestimada. Não é o caso. Apenas de 1600 para cá, foram comprovadamente extintas pelo homem pelo menos umas 120 espécies de aves, umas 60 de mamíferos e pelo menos 25 de répteis, entre muitas outras.
Muitos desses casos, inclusive os acima, são descritos em um livro maravilhoso, “A Gap in Nature”, de Tim Flannery e Peter Schouten, publicado em 2001. Além disso, já extinguimos mais de 600 espécies de plantas, e provavelmente vários milhares de invertebrados, que são mais mal conhecidos. A lista continua crescendo: há apenas um ano foi a vez do baiji, o golfinho do Yang Tse.
Isso tudo não inclui centenas de outras extinções de animais de grande porte causadas pelo homem muito antes da Idade Moderna - mas isso já é outra história. Por que essas coisas ainda são tão pouco divulgadas e discutidas? Eram animais espetaculares, fascinantes, são histórias que mexem com nossos sentimentos, mas nossa cultura não parece ter olhos para elas.
Houve uma expressiva melhora nos últimos anos, mas ainda é raro encontrar sobre as extinções históricas em programas de televisão, livros e revistas, e portanto elas não atingem nossos corações e mentes. Acho que a melhor explicação para isso é mesmo a imensa capacidade que a nossa cultura tem de não olhar para aquilo que não lhe interessa – o que é ótimo para quem quiser manter o status quo, mas péssimo para quem queira virar o jogo. Quando eu era criança, História me parecia fascinante, mas ao mesmo tempo o menos aplicado ou menos útil de todos os assuntos. Minhas professoras sempre tinham o mesmo argumento sobre a importância do estudo da História: é preciso estudar História para aprender com os erros do passado. Só agora sou capaz de perceber o quanto elas estavam certas.